MOEDA SOLIDÁRIA NA MATEMÁTICA: PROPOSTA DE PROJETO PARA ALUNOS DE 7ª E 8ª SÉRIES

Resumo

A presente pesquisa refere-se à organização e implementação do Projeto Moeda Solidária na
Matemática: Proposta de Projeto para Alunos de 7ª e 8ª Séries, desenvolvido junto a um grupo
de estudantes da Escola Municipal de Ensino Fundamental Pedro Jorge Schmidt, situada no
meio rural do Município de Estrela/RS e que teve por objetivo investigar a viabilidade do
desenvolvimento de conteúdos procedimentais, atitudinais e conceituais matemáticos a partir
do mesmo. O projeto foi estruturado considerando quatro fases distintas, porém, articuladas,
as quais envolveram, em um primeiro momento, estudos e pesquisas sobre Economia,
incluindo estudos sobre Economia Solidária e o modelo Neoliberal, moedas dos diferentes
países, globalização e tecnologias, os quais foram realizados, de maneira multidisciplinar,
com a participação das disciplinas de Português, Matemática, História, Educação Artística,
Técnicas Agrícolas e Informática. Na segunda fase, houve uma intensa organização dos
estudantes com a formação de oito grupos de trabalho tendo, cada um, tarefas específicas,
como criação da moeda, construção de regras, pesquisa da oferta, pesquisa das necessidades,
organização da tabela de valores, confecção de cartões e a organização do ambiente visando à
realização das feiras de trocas. Na terceira fase, aconteceram duas feiras de trocas: uma
virtual, em dezembro de 2010, e uma real realizada em maio de 2011. A denominação virtual
deve-se ao fato de que a mesma é uma simulação preparatória para a feira real. Na quarta fase,
os estudantes participaram na resolução de questões envolvendo conteúdos atitudinais,
procedimentais e conceituais matemáticos, bem como questões sobre conhecimentos da
Economia Solidária e questões avaliativas do projeto. A partir dos estudos, organização e
realização das feiras de trocas solidárias, foram trabalhados conteúdos procedimentais,
atitudinais e conceituais matemáticos. Teoricamente, o projeto está ancorado nos referenciais
da Etnomatemática, da Educação Matemática Crítica e da Economia Solidária.
Metodologicamente, encontra-se na pesquisa qualitativa, nos moldes da pesquisa-ação, o
respaldo necessário para o desenvolvimento das ações de investigação. O espaço das feiras se
revelou propício para o desenvolvimento de relações de solidariedade, criatividade e diálogo,
como também, para o desenvolvimento de procedimentos relativos à criação, organização e
efetivação de trocas, com atitudes respaldadas em valores como respeito, justiça e
honestidade, culminando com o desenvolvimento de conteúdos conceituais matemáticos
relativos a operações com Números Naturais e Racionais, comparação de grandezas,
realização de operações de câmbio, organização de espaços e resolução de problemas no
contexto solidário.