APRENDIZAGEM MATEMÁTICA DE UM JOVEM COM ESPINHA BÍFIDA E SÍNDROME DE ARNOLD CHIARI
Resumo
A partir da Lei de Diretrizes e Base, LDB 9394, (Brasil, 1996), alunos com Necessidades Educativas Especiais, passam, preferencialmente, a estudar em escolas regulares. Em função dessa proposta instala-se, na educação, um novo paradigma, o da acessibilidade. Diante dessa nova perspectiva educacional, optou-se por desenvolver uma investigação que possa contribuir nesse processo. A pesquisa buscou responder a seguinte questão: Um jovem com Espinha Bífida e Síndrome de Arnold Chiari pode expandir suas competências e habilidades relacionadas à compreensão de conceitos lógicos matemáticos, do sistema de numeração decimal, das operações de adição e subtração no conjunto dos Números Naturais, das unidades de tempo e do sistema monetário brasileiro, em um contexto de resolução de problemas, com a aplicação de uma sequência didática individualizada? A partir do problema foram determinadas as questões de investigação: (1) As dificuldades próprias do jovem investigado interferem no desenvolvimento da compreensão de conceitos matemáticos? (2) A aplicação de uma sequência didática individualizada, que respeita o tempo de aprendizagem do jovem e utiliza diferentes recursos didáticos, especialmente as Tecnologias de Informação e Comunicação, pode auxiliá-lo a superar obstáculos de aprendizagem na compreensão desses conceitos? (3) O jovem investigado transfere os conceitos matemáticos trabalhados na sequência didática para outros contextos? O objetivo geral foi investigar a evolução cognitiva
do jovem em relação aos conceitos matemáticos já citados. Os objetivos específicos: (a) investigar as dificuldades apresentadas pelo jovem nesses conceitos e suas potencialidades; (b) investigar como implementar a sequência didática individualizada e os resultados apresentados pelo jovem frente a uma intervenção pedagógica que utiliza essa sequência; (c) analisar e confrontar as habilidades matemáticas trabalhadas na sequência didática e a sua transferência para outras situações; (d) investigar a evolução do jovem em relação à resolução de problemas aditivos, através da aplicação de pré-teste e pós-teste com problemas aditivos. Fundamentou-se teoricamente a investigação em diferentes autores que tratam da história da educação escolar de pessoas com Necessidades Educativas Especiais, da Neurociências, da cognição de pessoas com Espinha Bífida e dos conceitos matemáticos trabalhados na sequência didática. Para alcançar os objetivos optou-se por realizar uma investigação de cunho qualitativo (exploratório e descritivo), do tipo estudo de caso, com a finalidade de responder perguntas do tipo “como” e “por que”. O estudo de caso caracterizou-se como um estudo de uma entidade bem definida, evidenciando o que há de mais essencial e característico, isto é, um olhar holístico sobre o jovem com Espinha Bífida e Síndrome de Arnold Chiari, aqui chamado de G. Os dados foram coletados através de documentos médicos e escolares, questionários, filmagens e diário de bordo, durante a aplicação de uma intervenção pedagógica, com sessões semanais de estudo entre o jovem investigado e a pesquisadora. A intervenção foi dividida em três fases: a sondagem, o projeto piloto e a aplicação da sequência, totalizando 77 sessões (118 horas), de março de 2010 a outubro de 2012. Os resultados apontam uma evolução cognitiva de G nos conceitos matemáticos abordados na intervenção pedagógica, a necessidade de reforço permanente desses conceitos, a qualificação de sua autonomia social e a transferência desses conceitos para outros contextos. A sequência didática criada para atender as necessidades de G será disponibilizada para escolas e núcleos de apoio a aprendizagem, pois se acredita na potencialidade que a mesma tem para atender diferentes sujeitos com necessidades semelhantes às apresentadas pelo jovem investigado.
do jovem em relação aos conceitos matemáticos já citados. Os objetivos específicos: (a) investigar as dificuldades apresentadas pelo jovem nesses conceitos e suas potencialidades; (b) investigar como implementar a sequência didática individualizada e os resultados apresentados pelo jovem frente a uma intervenção pedagógica que utiliza essa sequência; (c) analisar e confrontar as habilidades matemáticas trabalhadas na sequência didática e a sua transferência para outras situações; (d) investigar a evolução do jovem em relação à resolução de problemas aditivos, através da aplicação de pré-teste e pós-teste com problemas aditivos. Fundamentou-se teoricamente a investigação em diferentes autores que tratam da história da educação escolar de pessoas com Necessidades Educativas Especiais, da Neurociências, da cognição de pessoas com Espinha Bífida e dos conceitos matemáticos trabalhados na sequência didática. Para alcançar os objetivos optou-se por realizar uma investigação de cunho qualitativo (exploratório e descritivo), do tipo estudo de caso, com a finalidade de responder perguntas do tipo “como” e “por que”. O estudo de caso caracterizou-se como um estudo de uma entidade bem definida, evidenciando o que há de mais essencial e característico, isto é, um olhar holístico sobre o jovem com Espinha Bífida e Síndrome de Arnold Chiari, aqui chamado de G. Os dados foram coletados através de documentos médicos e escolares, questionários, filmagens e diário de bordo, durante a aplicação de uma intervenção pedagógica, com sessões semanais de estudo entre o jovem investigado e a pesquisadora. A intervenção foi dividida em três fases: a sondagem, o projeto piloto e a aplicação da sequência, totalizando 77 sessões (118 horas), de março de 2010 a outubro de 2012. Os resultados apontam uma evolução cognitiva de G nos conceitos matemáticos abordados na intervenção pedagógica, a necessidade de reforço permanente desses conceitos, a qualificação de sua autonomia social e a transferência desses conceitos para outros contextos. A sequência didática criada para atender as necessidades de G será disponibilizada para escolas e núcleos de apoio a aprendizagem, pois se acredita na potencialidade que a mesma tem para atender diferentes sujeitos com necessidades semelhantes às apresentadas pelo jovem investigado.
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