PALEONTOLOGIA E PALINOLOGIA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES: PERSPECTIVAS E ESTRATÉGIAS PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Resumo
O ensino de Biologia ainda está sobrecarregado por atividades que valorizam a memorização, onde são prezados fundamentalmente os conceitos, nomenclaturas e táxons. Da mesma forma, os processos de ensino e aprendizagem são limitados por práticas didáticas que contribuem para as fragmentações dos conteúdos, não possibilitando o desenvolvimento do pensamento sistêmico, entretanto, observam-se tentativas pontuais interdisciplinares. Neste cenário, a abordagem da Paleontologia e da Palinologia na Educação Básica encontra obstáculos, que podem ser abrandados ou ultrapassados se houver ações visando a atualização profissional docente, pois através de cursos de Formação Continuada para professores é possível oferecer aperfeiçoamento dos saberes necessários à atividade pedagógica. Pensando nisso, esta dissertação tem como objetivo geral desenvolver estratégias pedagógicas diversificadas utilizando-se do ensino de Paleontologia e Palinologia, em uma visão integrada e holística, por meio da realização de um curso de formação continuada, com intuito de possibilitar a reflexão docente e produzir materiais pedagógicos para o trabalho das temáticas levantadas. O público participante da pesquisa é formado por trinta professores da região metropolitana de Porto Alegre/RS. O estudo caracteriza-se metodologicamente como Pesquisa Ação, permeado pelo Método Misto. O curso foi ofertado na modalidade Educação à Distância (EAD), constituído por cinco módulos temáticos: 1) ensino de Paleontologia na Educação Infantil e não-formal; 2) Paleontologia no Ensino Fundamental; 3) Paleontologia e o processo de Ensino e aprendizagem; 4) Palinologia e suas aplicações práticas; 5) Paleontologia e Palinologia: práticas direcionadas à Educação Ambiental. O instrumento de coleta de dados (ICD) foi composto por dois questionários semiestruturados. Os resultados evidenciam limitações dos professores nos planejamentos devido a um conjunto de fatores educacionais, onde destacam-se: defasagem na formação docente inicial; limitações nas abordagens nos livros didáticos; ausência dos temas Paleontologia e Palinologia no currículo escolar; desatualização dos professores da Educação Básica e influências das crenças religiosas na ação docente. Tornou-se evidente a falta de tempo dos professores para aperfeiçoamento, a partir do momento que solicitaram a troca da modalidade do curso, de presencial para EAD. Porém, destaca-se de forma geral, o alto índice de participação dos docentes nos fóruns de discussão, uma vez que, foram sugeridas vinte estratégias diferenciadas para trabalhar
a Paleontologia e a Palinologia em sala de aula. Através dos resultados do teste de associação (análise estatística) verificou-se que os dados encontrados possuem associação significativa com a formação acadêmica dos professores, neste caso, os docentes com titulação Mestrado e/ou Doutorado têm preferência por algumas estratégias pedagógicas específicas: pesquisa, uso do laboratório de Ciências, composições de peças teatrais, saídas de campo e filmes. Constatou-se a resistência dos professores em realizar as leituras indicadas, em que predominavam artigos científicos e essa problemática foi demonstrada nos comentários dos docentes, onde destacaram-se as colocações com relatos de experiências pessoais, sendo escassas as considerações baseadas em aportes teóricos.
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