ESTUDO DA EMANCIPAÇÃO DE SINAIS MATEMÁTICOS EM LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS E LÍNGUA GESTUAL PORTUGUESA: INQUIETAÇÕES SOBRE UMA EREBAS BRASILEIRA
Resumo
Esta Tese se propõe a analisar a emancipação de sinais matemáticos em Língua Brasileira de Sinais (Libras) e Língua Gestual Portuguesa (LGP), isto é, o processo pelo qual o léxico é reconhecido e empregado pelas comunidades surdas. Além disso, investigar se ouvintes especializados em línguas de sinais podem estar colonizando surdos e impedindo que estes se emancipem, constitui-se como ação primeira da Tese. Para atingir tais propósitos, empregouse a Análise Textual Discursiva para obter dois metatextos. O primeiro dialoga sobre Estudos Culturais e Visuais em Matemática, problematizando essa questão frente à educação de surdos, cultura, tecnologia e poder. O segundo preocupa-se com o neologismo do léxico da matemática das línguas de sinais e gestuais no Brasil e em Portugal. Além disso, resgata alguns momentos da história e dos artefatos matemáticos surdos em ambos os países. E por último, visibiliza a dicionarização das línguas de sinais/gestuais. Tomando-se alguns apontamentos de Michel Foucault, adotou-se como fio para as investigações a noção de contraconduta do filósofo. Nesse condutor, busca-se descrever a identidade surda, a cultura, a criação de sinais matemáticos no Brasil e dos gestos matemáticos em Portugal, tomando a etnografia como opção teórica metodológica. Compete ao etnógrafo entender como é ser e comportar-se como membro desta sociedade. Num segundo momento, em Portugal, falar e ouvir verdades, estabelecer um jogo de falas francas sobre o ensino e a aprendizagem da Matemática, em contextos escolares, associação de surdos, universidade, cujos interlocutores possam dizer tudo, dar opiniões. Sob o contexto de Inclusão Escolar que hoje impera, constatou-se um deslocamento nas EREBAS – Escolas de Referência para a Educação Bilíngue de Alunos Surdos, em Portugal, com pontos de equivalência às EMEBS – Escolas Municipais de Educação Bilíngue para Surdos, no Brasil. Como espaços inclusivos de surdos por concepção, as EREBAS se reagruparam com outras escolas e se reestruturaram em espaços integrativos de surdos e ouvintes, com turmas exclusivas de surdos. Constatou-se que as EREBAS não só permitiram agrupar pares surdos, mas possibilitaram visibilizar a cultura surda entre os ouvintes, bem constituir espaços de emancipação do léxico matemático. Perspectivas para que se repensem e se potencializem a criação de novas EMEBS no Brasil.
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