CURRÍCULO EM MATEMÁTICA: INDICATIVOS PARA UMA PROPOSTA QUE PRIVILEGIE O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS PARA OS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL NA 15ª CRE

Simone Fátima Zanoello

Resumo


O presente estudo tem como problema de investigação: o que é importante considerar em uma proposta de currículo de Matemática, do 6° ao 9° ano do Ensino Fundamental, para a 15ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) do estado do Rio Grande do Sul, que privilegie o desenvolvimento das competências necessárias para a formação de cidadãos comprometidos e atuantes na sociedade atual? A investigação buscou apresentar indicativos para uma proposta de currículo de Matemática para os Anos Finais do Ensino Fundamental que privilegie o desenvolvimento das competências necessárias para a formação de um cidadão comprometido e atuante para a região de abrangência da 15ª CRE. A opção metodológica da pesquisa foi pelo estudo de caso, com foco na 15ª CRE, a qual compreende 41 municípios localizados nas
regiões norte e nordeste do estado do Rio Grande do Sul. A fim de atingir o objetivo proposto, a pesquisa foi desenvolvida em quatro etapas. Na primeira etapa realizou-se um estudo sobre currículo e competências, com o objetivo de definir os conceitos de currículo e competência que nortearam a pesquisa, sugerir competências que se acredita serem fundamentais que o aluno egresso do Ensino Fundamental possua e competências que o professor precisa ter a fim de propiciar atividades para que os alunos desenvolvam tais competências fundamentais. Considera-se Currículo como uma orientação para o professor, um plano de ação em que se apresentam, entre outros elementos, uma sugestão dos conteúdos a serem trabalhados (conceituais, procedimentais e atitudinais), a forma de trabalhá-los e avaliá-los, bem como todas as ações que a escola realiza visando ao desenvolvimento, nos estudantes, das competências que a mesma optou em desenvolver. Assume-se o conceito de Competência como a capacidade de mobilizar conhecimentos, atitudes e procedimentos para executar uma ação de forma eficaz. Como segunda etapa, realizou-se a caracterização da região de abrangência da 15ª CRE, nos aspectos geográfico, econômico e educacional, buscando conhecer a realidade sobre a qual foi proposto o estudo. Para tal, foram buscados dados no site do MEC, junto às 86 escolas que compõem a 15ª CRE e junto a uma amostra, definida aleatoriamente, composta por 122 professores de Matemática da região de abrangência da 15ª CRE. Como terceira etapa, realizou-se compilação, registro e análise dos dados coletados. E, por fim, foram elaborados indicativos para uma proposta de currículo que viabilize o
desenvolvimento de competências para o ensino de Matemática no referido nível de ensino para a 15ª CRE. Verificou-se que os blocos de conteúdos Números e Operações e Álgebra têm mais expressividade nessa região que os blocos Geometria e Medidas e Tratamento da Informação, existindo pouca variação no uso de metodologias e recursos, predominando as aulas expositivas, com os alunos trabalhando, prioritariamente, de forma individual. Do total, 81% dos professores afirmaram que a escola onde atuam prioriza a inclusão e 94,3% afirmaram ter participado de Formação Continuada em 2013 e 2014. No que se refere aos indicativos de uma proposta de currículo que privilegie o desenvolvimento de competências
na área de Matemática para os Anos Finais do Ensino Fundamental da região de abrangência da 15ª CRE, indica-se ser importante que a escola seja de turno integral, sendo que em um turno se trabalhe com salas-ambientes e, no outro, com oficinas, dentre as quais os alunos optem de acordo com suas aptidões; que os gestores propiciem formação permanente aos professores, enfocando principalmente planejamento curricular, em que o currículo seja revisto periodicamente, buscando-se enfocar o uso de diferentes metodologias e recursos, diferentes formas de atuação do professor (diretivo, participativo, mediador ou colaborativo) e de organização dos alunos nas aulas (em grupos ou individualmente); que se respeitem as diferentes culturas, oportunizando que todos os alunos sejam incluídos; e que se envolvam os 8 pais no processo de ensino e aprendizagem, buscando que os alunos se desenvolvam nos quatro pilares propostos pela UNESCO: ser, conviver, conhecer e fazer.


Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.