A FORMAÇÃO DO PROFESSOR: O EGRESSO DO CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA DO CESC/UEMA NO EXERCÍCIO DA DOCÊNCIA
Resumo
A presente tese parte das questões: Qual a visão dos licenciandos e dos egressos do Curso de Matemática do CESC/UEMA que estão fora da docência, sobre a decisão de não assumir e/ou não permanecer na profissão docente e quais as causas para tomar essa decisão? Como as autoridades educacionais da região concebem a questão e como estão tratando dela? Nesse sentido, elaborou-se o seguinte objetivo: investigar a visão dos licenciandos e dos egressos que estão fora da docência, sobre a decisão de não assumir e/ou não permanecer na profissão docente, e como as autoridades educacionais estão tratando deste problema. Dentro dessa abordagem, tornou-se relevante escutar os sujeitos da pesquisa (egressos e licenciandos) e as autoridades educacionais, oito gestores, sobre a temática e como estavam tratando deste problema. Em vista desses aspectos, foram estabelecidos dois grupos para o desenvolvimento da investigação, um constituído por 41 licenciandos, dos quais apenas 30 participaram efetivamente, que já haviam cursado as disciplinas de Estágio Supervisionado e, o outro grupo, constituído por 81 egressos do período de 2005 a 2014, destes, 54 tornaram-se sujeitos da pesquisa. No percurso investigativo, situaram-se no tempo as principais reformas, que ocorreram no processo evolutivo da instituição formadora e do Curso de Matemática, da implantação aos dias atuais, a partir da análise documental. Também se buscou, em países que se destacaram em Matemática no PISA 2015, subsídios sobre a formação do professor para fundamentar o estudo. Os dados, coletados a partir de questionários e entrevistas semiestruturadas, foram submetidos à análise de conteúdo e discutidos à luz do referencial teórico, fundamentado em autores que abordam a formação, o desenvolvimento de professores e a construção da identidade profissional. Foram considerados ainda, como aportes teóricos, pesquisadores que abordam a falta de atratividade, o desencanto, a escassez e o abandono da docência, em particular, da docência em Matemática, seguido de outros pesquisadores que surgiram à medida que as ideias se consolidaram. Os resultados apontam que os acadêmicos, ao escolherem esse Curso, têm por interesse serem professores, e, ao ingressarem na universidade, as marcas que derivam das crenças, expectativas e condições sociais, podem influenciar, fortemente, o próprio processo formativo, e estas devem ser consideradas pela agência de formação, quanto aos projetos pedagógicos do Curso, ainda que, sutilmente, tratam da permanência do egresso na profissão, embora os fatores que desencadeiam sentimento de desconforto, desencanto e falta de atratividade contribuam para afastar os licenciandos da profissão. Assim faz-se de fundamental importância, o apoio aos ingressantes, a partir de ações que possibilitem trabalhar as lacunas de conhecimentos que podem impedir ou dificultar seu crescimento e/ou desenvolvimento profissional. Acredita-se que os saberes construídos ao longo da formação serão descontruídos, reorganizados, reconstruindo outras marcas, que influenciarão o percurso formativo, contribuindo para a definição e o fortalecimento de uma identidade profissional.
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